Nos dias 6 e 7 de dezembro aconteceram as Conferências Intermunicipais de Educação de Sergipe 2021. Os representantes de Aracaju e dos municípios da Diretoria Regional de Educação 08 (DRE 8) se reuniram no auditório da Faculdade Pio Décimo, no Campus Jabotiana, em Aracaju.  
As conferências têm o objetivo de promover discussões pautadas nos eixos e subeixos da IV Conferência Nacional de Educação, CONAE 2022, na qual o tema central é Inclusão, Equidade e Qualidade: Compromisso com o futuro da Educação Brasileira.   
Para o superintendente executivo da Secretaria de Educação de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura, Seduc, o professor José Ricardo de Santana, a Conferência “é realmente um espaço importante para a gente pensar o que nós fizemos na educação até agora, quais são os desafios e quais são as proposições estratégicas que nós podemos traçar daqui para adiante.”  
Com o período pandêmico, a educação no país passou por dificuldades devido a alguns fatores, como as medidas sanitárias que ocasionaram as suspensões das aulas presenciais e a pouca acessibilidade às atividades remotas.   
Segundo o superintendente, em Sergipe, tanto os planos municipais e estaduais de educação não foram concretizados efetivamente por conta da pandemia, mas que “esse desafio mobilizou a educação para que a gente, de fato, buscasse os instrumentos, seja para dar acesso a estudante, em material digital, em conexão e na formação de professores. 
O professor Ricardo ainda destacou a importância de buscar a equidade na área da educação, tanto na rede municipal, quanto na estadual. Para o professor, alguns elementos como a rede de apoio e infraestrutura da escola, como uma boa instalação predial, suporte de alimentação, boa gestão escolar, um corpo docente capacitado, dentre outros, “têm que estar na composição de uma rede de tal maneira que esteja disponível para todos os estudantes. As condições, mesmo que não sejam iguais, sejam equivalentes para que esses alunos na hora que entrem em uma escola pública, sejam acolhidos, tenham condição e toda estrutura para que possam progredir”.   
De acordo com a coordenadora do Fórum Estadual de Educação de Sergipe, FEE/SE, professora Jociela Barboza Morais, é através da Conferência que a comunidade acadêmica, diversas entidades da organização civil, órgãos públicos e outros segmentos estão tendo a possibilidade de participar do processo de construção do documento de referência que norteará a decisão das próximas metas do Plano Nacional de Educação e consequentemente os subplanos de educação: o Plano Estadual e os Planos Municipais. “É de grande importância esse momento, mas, acima de tudo isso, é a gente pensar em conjunto. É mobilizar forças sociais. Mobilizar pessoas que amam essa educação a se integrarem por essa mudança e é esta mudança que acreditamos e, por isso, trazemos para as Conferências Intermunicipais, Estadual e Nacional.”   
Em relação ao tema central do CONAE 2022, Inclusão, Equidade e Qualidade: Compromisso com o futuro da Educação Brasileira, a professora Jociela ressalta a importância dos três termos para a educação, principalmente para o Brasil onde a evasão escolar atinge 5 milhões de alunos e que durante a pandemia de covid-19 aumentou em 5% entre os alunos do ensino fundamental e 10% no ensino médio, segundo dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).   
Segundo a professora, o tema é uma provocação para ampliar a discussão e a avaliação do sistema educacional promovendo melhorias no setor para que haja inclusão, equidade e qualidade.   
“Depois de todo esse processo que nós passamos na pandemia, será que podemos falar em alto e bom som que há equidade na educação? Será que temos inclusão nessa educação? E a qualidade? Se eu não tenho equidade e inclusão, é impossível utilizar a terceira palavra que é a qualidade! É trabalhando essas palavras dentro do novo Plano, ajustando todo processo que hoje temos que poderemos colocar essas três palavrinhas de forma clara no nosso vocabulário, na sala de aula e na educação”, afirma.  
A Coordenadora do Curso de Pedagogia da Faculdade Pio Décimo e integrante do Fórum Estadual de Educação de Sergipe, professora Elis Regina, afirma que é necessário melhorar na educação pública do estado de Sergipe, principalmente na permanência e acesso do aluno. “Os jovens e crianças, em situação de vulnerabilidade, eles precisam trabalhar muitas vezes. Então, temos que ter políticas públicas de garantia para que essas populações tenham acesso e permaneçam nas escolas. Porque se não há políticas públicas, o aluno não fica na escola.” 
Representando a classe estudantil, o aluno Daniel Anjos, afirmou qual é a educação que os estudantes esperam. “Nós queremos uma educação que inclui. O que estamos em busca todos os dias é uma educação pública e de qualidade. Qualidade com professor. Qualidade com esporte. Qualidade com práticas de conhecimentos", conclui o estudante.