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NERES realiza evento em alusão ao Mês da Mulher

25 de Março de 2022

Em alusão ao Mês da Mulher, o Programa Cultura e Sergipanidade, do Núcleo de Extensão e Responsabilidade Social da Faculdade Pio Décimo (NERES-FPD), realizou ontem, 24, o “Café com Literatura, História e Memória” – onde foi discutido a presença, importância e contribuições da mulher na sociedade sergipana.
Para compor o debate, foram convidadas egressas de todos os cursos - oferecidos pela Faculdade - para narrarem suas experiências de vida pessoal e profissional. Segundo a Coordenadora do NERES, Sônia Azevedo, abordar o papel da mulher e as contribuições, através das egressas, é um fator essencial e de inspiração para o crescimento das futuras formandas no mercado de trabalho.
“As estáticas nos mostram que em determinadas áreas, predominada majoritariamente pelo gênero masculino, as mulheres vem se integrando, principalmente nos cargos de liderança - que estão ocupando com propriedade”, afirma a professora Sônia Azevedo.
De acordo com a Coordenadora da Biblioteca Central da Faculdade, Edma Evangelista, a mulher desempenha um papel muito importante na sociedade, e poder trazer essas mulheres para o ambiente acadêmico é fundamental, pois o alunado deve estar ciente da importância feminina.
“[O evento] é para que os discentes tenham noção do nosso papel perante a sociedade. Do que a gente já fez. Do que fazemos. Do que podemos fazer. E o que a gente pode lutar para conquistar ainda mais, além das conquistas que já adquirimos até hoje. É superimportante que os alunos tenham essa visão de que a mulher pode tudo. Ela pode ser quem, onde e como ela quiser”, pontua a Edma.
Além das egressas, a jornalista e apresentadora do Giro Sergipe - programa cultural da TV Sergipe, afiliada Rede Globo –, Anne Samara, também participou da roda de conversa e definiu ser mulher como complexa e completa.
“Nós somos gestoras. Não só de outros seres. Mas de grandes ideias, inovações e de cuidados. Eu acredito que ser mulher é gestar muita coisa boa. Gestar uma nova sociedade. Gestar bons conceitos”, afirma.
E quando se fala em ser mulher e sergipana, a apresentadora não esconde o orgulho, apesar das dificuldades enfrentadas.
“Imagina você ser mulher – essa grande gestora de coisas maravilhosas – e ainda ter nascido nesse lugar de outras grandes mulheres?! É uma inspiração imensa. É uma dedicação. É um trabalho. A gente continua enfrentando muitas coisas como mulher, nordestina e sergipana. Ser mulher é tudo isso e muito mais”, destaca Anne Samara.
Ela que apresenta a cultura sergipana para os telespectadores do estado, ‘sem pestanejar’ afirmou que nunca encontrou um movimento cultural sergipano onde houvesse apenas a presença masculina. E, que a maioria dos lugares que visitou são chefiadas por mulheres.
“Até agora [o programa estreou em 2019] nunca fui em um lugar sem presença feminina aqui no estado de Sergipe. Até grupos que as pessoas acham que são exclusivamente masculinos, como São Gonçalo da Mussuca, tem presença de mulheres. Sem elas não tem [São Gonçalo da Mussuca].”
A presença do machismo - comportamento que expressa a antiquada soberania do gênero masculino sobre o feminino - e do patriarcado – sistema social que favorece o homem -, fazem com que as mulheres tenham que estar o tempo todo reafirmando a sua importância.
“A nossa luta não termina nessa geração. Ela continua nas próximas [gerações]. O patriarcado ainda é muito forte. O machismo é forte. E isso afeta os dois lados. A gente precisa aprender como desconstruir isso. A gente procura igualdade e equidade. Nós sabemos que somos capazes e vocês [homens], também, sabem disso.”
E para as mulheres, Anne, deixa o seguinte recado: “Não desistam! Descansem! Cuidem de si. Nós somos maravilhosas. Somos potentes. Então, não deixem ninguém passar a gente para trás. Vamos trabalhar juntas porque juntas somos mais fortes. Persistamos!”
 
Egressas
Engenharia Civil
A egressa do curso de Engenharia Civil da Faculdade Pio Décimo, Marina Lima, ressalta que a área é dominada por homens, mas que hoje a presença feminina no mundo da engenharia vem crescendo.
“É uma minoria, mas cada vez mais as mulheres vem se destacando e mostrando para que vieram e estão alcançando lugares que não eram possíveis anteriormente”, destaca.
Química
Recentemente, a egressa do curso de Química, Valéria Vieira, foi aprovada na seleção do Doutorado em Química da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Ela foi uma das egressas que compartilharam suas experiências acadêmicas e profissionais. Para Valéria, conquistar o título de mestra e ingressar no doutorado foi mais desafiador pelo fato de ser mulher.
“Foi muito difícil. Eu dormia 4 horas por dia. Tinha dias que eu não dormia. Pelo fato de eu ser mulher, atrapalhava um pouco. Fui criada em uma família tradicional que para eles mulheres nasceram para cozinhar e cuidar de filhos e maridos. Chegou um dia que eu disse que não nasci para dirigir fogão e nem cuidar de casa. Eu gosto de estudar”, desabafa.
Valéria acrescenta que além de enfrentar a família com a sua decisão, teve que enfrentar o machismo da sociedade. “Foi difícil, mas estou conseguindo.”
Medicina Veterinária
A professora de Medicina Veterinária da Faculdade Pio Décimo, Maryanne Souza, relata que quando começou atuar na área era uma “profissão de homens”, e que ainda há uma resistência em identificar mulher como médica veterinária.
“Ainda hoje no consultório a gente escuta: ‘Eu estou no veterinário’. Aí eu falo: ‘Não! Você está na médica veterinária. Uma mulher desse tamanho na sua frente e você ainda está complicando?!’”
A médica veterinária, também egressa do curso da Faculdade, destaca que na sua época a turma era bem dividida na quantidade de homens e mulheres. Mas, que hoje, nas turmas que leciona há uma presença maior de mulheres.
“Eu digo para as minhas alunas que a gente tem que saber se impor. A gente vai trabalhar com homens que são machistas e que acham que a gente não tem competência para realizar aquele trabalho. E, que, infelizmente, temos que ter o cuidado redobrado”.
Direito
A egressa do curso de Direito e atual professora da Faculdade, Janaína Borges, ao falar sobre o mercado de trabalho na área para as mulheres, em Sergipe, destacou que o curso da Faculdade Pio Décimo não reveste nenhum tipo de dificuldade para a inserção feminina no Mercado. Mas que “a gente tem que mostrar sempre a nossa competência e disposição.”

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